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31/05/2025
Presidente do Sistema OCERN destaca avanços históricos e perspectivas para o cooperativismo potiguar no CoopCafé
Durante a 3ª edição da Cimeira Internacional do Cooperativismo de Língua Portuguesa (CICLP), o presidente do Sistema OCERN, Eduardo Gatto, foi o convidado especial do programa CoopCafé. Em sua participação, ele celebrou os avanços do cooperativismo potiguar em 2024, destacou os desafios futuros e reforçou a importância da comunicação institucional para o fortalecimento do setor.
Confira a entrevista na íntegra:
A edição especial do Programa CoopCafé da 3ª Cimeira Internacional do Cooperativismo de Língua Portuguesa (CICLP) teve como convidado o presidente do Sistema OCERN, Eduardo Gatto. Ele destacou a importância de iniciativas como o CoopCafé, que, segundo ele, cumprem um papel essencial.
“Temos poucas pessoas falando sobre cooperativismo, a imprensa ainda cobre pouco. Este programa tem feito um trabalho sensacional, ajudando as organizações estaduais, o Sescoop e as cooperativas, pois mostra para a sociedade o que o cooperativismo é capaz de realizar: promover desenvolvimento social, econômico e felicidade para todos”, comentou.
Um ano histórico para o cooperativismo potiguar
O mais novo presidente do sistema cooperativista mostra entusiasmo com o sistema:
“Graças a Deus, fechamos nosso primeiro ano de gestão com resultados surpreendentes. Batemos todos os recordes em 61 anos de atuação da OCERN e 26 anos do Sescoop/RN.”
Entre as conquistas potiguares alcançadas, destacam-se:
O maior número de cooperativas atendidas;
O maior volume de capacitação de cooperados familiares;
O maior número de diagnósticos aplicados dos programas nacionais.
“Foi um primeiro ano surpreendente, com grandes vitórias”, celebrou.
Além disso, a organização promoveu mudanças estruturais significativas:
“Mudamos de sede após 25 anos e entregamos um prédio novo já neste primeiro exercício. Implementamos também um novo Plano de Cargos, Carreiras e Salários para nossos colaboradores, criando um ambiente de trabalho mais saudável, o que, certamente, se refletiu em melhores resultados e atendimentos.”
Desafios e inovação: o futuro do coop no RN
Apesar dos avanços conseguidos no último ano, em que ele começou o seu mandato, Eduardo reconhece que ainda há muito espaço para crescimento:
“Foi um ano bom porque havia muita demanda reprimida, e conseguimos dar respostas rápidas. Mas agora precisamos pensar além.”
Entre as inovações previstas, Gatto destacou um programa inspirado na indústria:
“Estamos desenvolvendo, com base na experiência do Sistema Fiern, um sistema de pontuação para as cooperativas. Assim, cada vez que uma cooperativa participar da vida social da OCERN, capacitar seus cooperados ou atualizar seus cadastros, ela ganhará pontos que se transformarão em benefícios. O objetivo é prestigiar aquelas que se adequam ao modelo de gestão que queremos implantar.”
A proposta será lançada ainda no segundo semestre de 2025, com foco em fomentar um ambiente mais dinâmico, inovador e justo para o sistema cooperativista potiguar.
Comunicação: o elo que ainda falta fortalecer
Gatto também enfatizou a necessidade de intensificar a divulgação institucional do cooperativismo:
“Ainda nos comunicamos mal. Felizmente, temos vocês do CoopCafé ajudando muito, mas precisamos fazer nossa parte. É fundamental que cooperativas estejam presentes em rádios, jornais e televisões, mostrando à sociedade que são organizações seguras, com serviços de qualidade, preços competitivos e um forte compromisso social.”
Panorama atual do cooperativismo potiguar
Hoje, o Rio Grande do Norte conta com 100 cooperativas e cerca de 86 mil cooperados.
“Em número de cooperativas, os ramos do Trabalho e Agropecuário são os maiores, com 23 cooperativas cada. Porém, em faturamento, o destaque vai para o ramo Saúde, seguido pelo Crédito”, explicou.
Para a evolução do cooperativismo, o presidente do Sistema OCERN destaca a criação do selo “SomosCoop”, da OCB Nacional. Segundo Gatto, ele facilita o monitoramento e análise do desempenho do cooperativismo em todo o Brasil:
“Com o BI (Business Intelligence), conseguimos visualizar onde precisamos melhorar e onde devemos concentrar mais esforços.”
Além do selo “SomosCoop”, outra ação importante é a busca por aquelas cooperativas que ainda estão fora do sistema:
“Temos algumas que não estão vinculadas, e isso precisa ser resolvido. A própria OCB enviou, recentemente, uma lista dessas cooperativas, e já estamos visitando-as para mostrar a vantagem de estarem no sistema.”
Ele ainda acrescentou:
“Uma cooperativa que não está filiada a uma organização estadual não pode ser considerada formalmente uma cooperativa pela lei.”
Por isso, esse trabalho de integração é prioritário:
“Todas as cooperativas que já foram assistidas pelo sistema permanecem satisfeitas e engajadas. Nosso desafio é alcançar as que ainda não conhecem os benefícios.”
O novo Ramo Seguros: um horizonte promissor
O Ramo Seguros é o mais novo do sistema brasileiro de cooperativismo. E o Rio Grande do Norte tem um grande potencial.
Eduardo revelou que está trabalhando para que, em breve, o estado tenha sua primeira cooperativa nesse segmento:
“Sabemos que é desafiador, pois envolve grande volume de recursos e ainda carece de regulamentação específica. Contudo, a OCB tem atuado fortemente junto à Susep para acelerar esse processo.”
Ele acredita que, assim que a regulamentação estiver concluída, haverá uma demanda significativa:
“No mundo inteiro, as cooperativas de seguro são gigantes e muito bem-sucedidas. Alguns grupos já demonstraram interesse em investir no modelo cooperativista, começando justamente pelo RN.”
O compromisso com a continuidade e expansão
Por fim, Eduardo celebrou o sucesso da 3ª Cimeira e agradeceu a participação de todos:
“Este evento foi fantástico, com feedbacks extremamente positivos. Agora temos o desafio de manter essa alternância: um ano em Portugal, outro no Brasil. Quem sabe, futuramente, não realizamos a próxima edição no Rio Grande do Norte?”, sugeriu.Confira aqui na nova edição da sua revista BR Cooperativo:https://brcooperativo.com.br/wp-content/uploads/2025/05/BRC-35.pdf